ALFREDO ANDERSEN
Pai da pintura paranaense
SOBRE A SOCIEDADE
Amigos de Alfredo Andersen
Criada em 3 de novembro de 1940 (e registrada em 1944), por pessoas que admiravam e conviveram com Alfredo Andersen, a Sociedade de Amigos – assim denominada na época – sempre interagiu de forma ativa em apoio ao artista e educador Alfredo Andersen, hoje reconhecido como o “pai da pintura paranaense”.
Com o intenso suporte da Sociedade de Amigos, em 1947, o deputado estadual Rivadávia Vargas formalizou proposta ao Poder Público para dar início ao processo de desapropriação do imóvel em que Alfredo viveu e educou grande parte de sua vida. Essa proposta teve como objetivo preservar a memória de Andersen e foi concretizada em 1959, com a abertura da Casa de Alfredo Andersen – Escola e Museu de Arte.
Em 1979, a instituição idealizada pela Sociedade passou a ser chamada de Museu Casa Alfredo Andersen. Antes era conhecida como residência, ateliê e escola de artes do pintor, e de 1935 (ano do falecimento do artista) a 1964 serviu de residência, ateliê e escola de artes para seu filho, Thorstein Andersen. Por diversos anos Thorstein manteve as funções do espaço estabelecidas por seu pai, e ainda ampliou a edificação para torná-la mais apta às suas necessidades. O imóvel, desapropriado e restaurado parcialmente em 1959, foi tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico do Paraná em 1971 e, entre 1988 e 1989, foi totalmente restaurado e ganhou o aspecto que mantém até hoje.
Tendo cumprido seu objetivo principal de memória e conservação da obra de Andersen, a Sociedade de Amigos teve suas atividades paralisadas em 1950. Todavia, no dia 28 de novembro de 1992, reuniram-se no auditório do Museu Casa Alfredo Andersen antigos sócios, amigos e autoridades para a reativação da Sociedade Amigos de Alfredo Andersen. Com a reativação da Sociedade, a chapa eleita para dar continuidade ao legado deixado foi a “Chapa Reativação”, presidida pelo bisneto do artista, Dr. Wilson José Andersen Ballão.
Wilson Ballão é presidente da Sociedade há mais de 20 anos e jamais poupou esforços para que a Sociedade atingisse seus objetivos. Dentre eles o de apoiar os trabalhos de conservação, recuperação e divulgação do patrimônio histórico e artístico do artista, promovendo e patrocinando exposições, no Brasil e no exterior, e no desenvolvimento de programas e projetos de interesse do Museu.
A Sociedade Amigos de Alfredo Andersen atua hoje conjuntamente à equipe do Museu Casa Alfredo Andersen, empenhando seus melhores esforços para dar continuidade à preservação e memória do legado deste importante ícone da arte paranaense e brasileira.
ESTATUTO SOCIAL
FINALIDADE DA SOCIEDADE
A finalidade da Sociedade Amigos de Alfredo Andersen é de cultuar, sob todos os aspectos, a memória do Mestre Alfredo Andersen – Pai da Pintura Paranaense.
De que forma?
- Apoiando os trabalhos de conservação, recuperação e divulgação do patrimônio histórico e artístico do Museu Casa Alfredo Andersen.
- Admitindo associados contribuintes, angariando recursos financeiros junto à entidades públicas e pessoas físicas.
- Colaborando com melhores condições de trabalho para todos os funcionários do Museu.
- Captando recursos financeiros ou de contribuição para projetos e programas do Museu.
- Contribuindo com a realização de viagens, estudos e aprimoramento dos funcionários do MCAA.
- Auxiliando o MCAA na ampliação e manutenção de seu acervo mediante a administração e repasse de recursos de terceiros.
Mobilizando a comunidade para apoio na conservação e proteção do acervo. - Agilizando a venda de material educativo-cultural que gerem recursos ao MCAA.
- Mantendo contatos com entidades afins e apoiar toda iniciativa de valorização da arte e da cultura paranaense.
DIRETORIA
Presidente: Wilson J. Andersen Ballão
Presidente de Honra: Jens Olesen
Vice-Presidente: Dirceu Antonio Andersen Junior
Diretora administrativa-financeira: Marcella Souza Carvalho
Secretária: Rafaela Menegoti Tascla
Conselho Fiscal
Presidente: Luiz Gustavo Vardanega Vidal Pinto
Vice-presidente: Maximilian Andersen Ballão
Secretária: Amélia Siegel Corrêa,
Conselheiros: Wilson J. Spinelli Andersen Ballão e Álvaro Luiz Andersen Balão
Conselheiros suplentes: Cleusa H. P. Leonardi Balão e Karin Birckholz.
Na foto, da esquerda para a direita: Dirceu Antonio Andersen Junior, Rafaela Menegoti Tasca, Wilson J. Andersen Ballão, Marcella Souza, e Maximilian Andersen Ballão.
SOBRE ALFREDO ANDERSEN
Pai da pintura paranaense
DO SUL DA NORUEGA
Alfred Emil Andersen nasceu em Christianssand, capital do condado de Vest-Agder, sul da Noruega, em 3 de novembro de 1860, como o único filho homem dentre os cinco do casal Tobias Andersen e Hanna Carina Andersen.
Sua formação artística se deu toda na Europa, em ateliês particulares da Noruega e Dinamarca, e na Academia Real de Belas Artes de Copenhagen, tendo sido aluno de artistas e decoradores de destaque em seu tempo como Wilhelm Krogh e Carl A. Andersen.
Entre as décadas de 1880 e 1890, Andersen atuou como artista profissional na Noruega e na Dinamarca, desempenhando atividades de pintor (realizando mostras individuais em Oslo e Copenhagen), professor, cenógrafo e jornalista. Aqueles eram anos conturbados no norte da Europa, particularmente para a Noruega, que após anos de dominação dinamarquesa e sueca conquistava sua independência política e cultural. Um grande movimento nacionalista e de busca por elementos que caracterizassem a identidade norueguesa impulsionou a criação artística, e definiu essas décadas como uma das mais profícuas nas artes na Noruega.
É nesse contexto que encontramos aqueles que são considerados alguns dos maiores artistas noruegueses: o compositor Edvard Grieg (1843-1907), o dramaturgo Henrik Ibsen (1828-1906) e o escritor Knut Hamsun (1859-1952). Andersen foi impregnado por esse espírito nacionalista romântico e enriquecido nele pelos contatos que teve com Hamsun e com o pintor regionalista Olaf W. Isaachsen (1835-1893).
Sendo filho de um capitão da marinha mercante, Andersen teve a oportunidade de visitar vários locais do mundo, e devido a essa facilidade em 1889 foi enviado a Paris para fazer a cobertura jornalística do Salão Oficial de Belas Artes, no ano em que a Torre Eiffel foi inaugurada como um marco da Exposição Universal de Paris.
SUA CHEGADA NO PARANÁ
Em 1892, após um longo período de viagens pela Europa e América, Andersen desembarcou no Paraná, fixando residência em Paranaguá, num período tenso da história do Brasil, marcado pela consolidação do regime republicano, e por motins e levantes populares como a Revolução Federalista.
Apesar do desconhecimento da língua portuguesa e das diferenças culturais, Andersen se adaptou a sociedade brasileira. Primeiramente se estabeleceu no litoral do Paraná, e lá residiu por cerca de dez anos, vivendo da feitura de retratos sob encomenda e de decorações cênicas para casas.
Aos quarenta e dois anos, pouco tempo após casar com a parnanguara Anna de Oliveira (1882-1945), Andersen mudou-se para Curitiba. Na capital do Paraná abriu um atelier na Rua General Deodoro (atual Marechal Deodoro) no espaço antes ocupado pelo fotógrafo alemão Adolpho Volk. Nos anos em que manteve seu atelier nesse local, Andersen retomou suas atividades profissionais mais próximo o possível ao que fazia na Europa, realizando exposições individuais de seu trabalho, participando de mostras coletivas, e retomando seu papel como professor de desenho e pintura. Naqueles anos Andersen também buscou incentivar o desenvolvimento do mercado de obras de arte, entretanto, Curitiba ainda se encontrava muito aquém das localidades por onde havia passado. Esta era uma cidade em processo de implantação de infra-estrutura urbana (poucas ruas com pavimentação, com fornecimento deficitário de luz elétrica, onde o transporte de pessoas, bens e produtos era feito basicamente por tração animal), cuja população se dividia entre agricultores (imigrantes de diferentes etnias assentados em colônias), comerciantes (que negociavam muitos produtos vindos de outras localidades), industriais (relacionados ao processo de produção de mate e produtos alimentícios, ou à indústria gráfica e metalúrgica), políticos, religiosos, profissionais liberais e manufatureiros.
SUA VIDA EM CURITIBA
Na década de 1910, Andersen, então pai de três filhos, alargou seu campo de atuação. Passou a lecionar desenho em instituições de ensino formal da cidade, como a Escola Alemã, o Colégio Paranaense, e a Escola de Belas Artes e Indústrias (primeira instituição voltada para o ensino de técnicas artísticas aberta no Paraná e que em 1893 causou grande impacto em Andersen). Além disso, estreitou seus laços com o Governo do Estado, executando o primeiro projeto para o brasão do Estado do Paraná.
Naquela década, mais precisamente em 1915, um ano após o nascimento de sua última filha, Andersen mudou seu atelier-escola para a edificação em que hoje se encontra o Museu Casa Alfredo Andersen, localizada na então Rua Assunguy, atual Mateus Leme.
Nos anos que seguiram aos daquela década o trabalho de Andersen como pintor, educador e agente cultural foi extremamente rico, e sua reputação profissional se solidificou, demonstrando como a classe burguesa que se estabelecia em Curitiba mantinha um gosto enraizado nas tradições artísticas européias do século XIX.
Em 1927, Andersen retornou à Noruega numa viagem de visita a família e amigos, reencontrando seu antigo professor Wilhelm Krogh. Apesar de receber um convite do governo norueguês para ficar e dirigir a Escola de Belas Artes de Oslo, Andersen declinou e retornou ao Brasil.
Os últimos anos de vida de Andersen foram marcados pelo reconhecimento e por homenagens, como o título de “Cidadão Honorário de Curitiba” que recebeu em 1931 da Câmara Municipal de Curitiba. O pintor, já então chamado de “Alfredo” Andersen, faleceu em Curitiba no dia 9 de agosto de 1935.
SOBRE O MUSEU
O Museu Casa Alfredo Andersen (MCAA) é uma instituição administrada pelo poder público estadual, vinculada à Coordenação do Sistema Estadual de Museus (COSEM) da Secretaria de Estado da Cultura do Paraná (SEEC-PR).
HISTÓRICO
O Museu Casa Alfredo Andersen (MCAA) tem sua origem na Sociedade de Amigos, criada por pessoas que conviveram com Alfredo Andersen e o admiravam. A Sociedade, instituída em 3 de novembro de 1940, tinha como principal objetivo criar na edificação onde Andersen viveu e trabalhou como artista e educador (localizada na Rua Mateus Leme, nº 336, do bairro São Francisco) uma unidade museológica para preservação de sua obra que desse continuidade aos seus ideais. A partir disso, em 1947 o deputado estadual Rivadávia Vargas formalizou uma proposta ao Poder Público para dar início a um processo de desapropriação do imóvel para ser utilizado para a preservação da memória de Andersen. Essa proposição foi concretizada em 1959, com a abertura da Casa de Alfredo Andersen – Escola e Museu de Arte. Em 1979, a instituição passou a ser denominada Museu Casa Alfredo Andersen.
O edifício onde hoje é a sede do MCAA remonta ao final do século XIX. É uma edificação eclética, com características do estilo neoclássico desenvolvido pelos imigrantes alemães que se fixaram em Curitiba. Composta por dois pavimentos e confeccionada em alvenaria de tijolos, possui uma fachada principal simétrica, na qual se destacam os elementos decorativos bastante estilizados, uma pequena varanda de peitoril metálico e a placa alusiva a Alfredo Andersen criada por João Turin.
Antes de ser a sede do MCAA, a edificação abrigou diferentes instituições. Foi originalmente construída para o funcionamento de uma sociedade recreativa alemã, depois se transformou na residência, ateliê e escola de artes de Alfredo Andersen, e de 1935 a 1964 foi a residência, ateliê e escola de artes de seu filho, Thorstein Andersen. Durante anos Thorstein manteve as funções do espaço estabelecidas por seu pai, mas ampliou a edificação para torná-la mais apta às suas próprias necessidades. A construção, desapropriada e restaurada parcialmente em 1959, foi tombada pelo Patrimônio Histórico e Artístico do Paraná em 1971. Entre 1988 e 1989 foi totalmente restaurada e ganhou o aspecto que mantém até hoje.
Assim como Alfredo Andersen é uma personalidade de destaque na história da arte do Paraná, o Atelier de Arte do Museu Casa Alfredo Andersen e o Centro Juvenil de Artes Plásticas destacam-se na história do ensino de artes no Estado – os quais tiveram entre seus alunos e docentes pessoas de relevância para a história da cultura paranaense.
Contando com recursos de R$ 700 mil destinados pela Renault do Brasil por meio do programa Paraná Competitivo, em 2018, o museu foi todo repaginado, recebendo uma nova expografia, identidade visual e proposta curatorial que eleva o conceito de Museu-Casa, destacando os traços contemporâneos e também preservando a memória da residência do artista.
A Sociedade Amigos de Alfredo Andersen esteve presente acompanhando tudo desde o início, e participou ativamente na aquisição de produtos para a inauguração da Loja do MCAA, além de um sistema de segurança completo, entre outras contribuições pontuais essenciais para o êxito deste projeto.
OBJETIVOS
- Catalogar, conservar, expor e divulgar a obra de Alfredo Andersen;
- Resgatar o trabalho de Andersen como artista e educador por meio da pesquisa da vida e obra daqueles que com ele estudaram;
- Dar continuidade ao trabalho de promoção cultural iniciado por Andersen, oferecendo cursos e exposições de arte.
Vista do Alto da Gloria/ View of the Alto da Glória/ 40×60,5cm/ Museu Alfredo Andersen
DIRETORES DO MUSEU
1959-1962 • Thorstein Andersen (fundador)
1962-1970 • Ivany Moreira
1970-1971 • Fernando Calderari
1971-1977 • João Osório Brzezinski
1977-1983 • Icléia Guimarães Rodrigues
1983-1983 • Luiza Helena Barreto Leite
1983-1986 • Clarete de Oliveira Maganhotto
1986-1987 • Eliane Prolik
1987-1991 • Carmem Carini
1991-1994 • Eliana Moro Réboli
1995-1997 • Suzana Lobo
1998-2002 • Amarilis Puppi
2003-2010 • Roseli Fischer Bassler
2011-2015 • Ronald Simon
2015-2018 • Débora Maria Russo
2018-2022 • Luiz Gustavo Vidal Pinto
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